Apresentação
Novo Alfabeto
Comentários
Acentuação
Outras Alterações
Cronologia
de Reformas
Não Estamos Sós
Histórico
Conclusões
Membros
Contatos
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ORGANIZAÇÃO NÃO GOVERNAMENTAL
“ALFABETO SEM AMARRAS”
Uma língua deve ser
falada, lida e escrita por todo o povo. Assim, propomos que o idioma
português seja simplificado e democratizado, principalmente no que se
refere à sua ortografia.
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Apresentação
O primeiro encontro dos adeptos da simplificação das regras do idioma
português foi realizado, sob a presidência do jornalista Moacyr Penna, no mês
de novembro de 1981, na Câmara Municipal de Bauru. Nessa época, após alguns
meses de trabalho, foram sugeridas à Academia Brasileira de Letras diversas
alterações, algumas delas acatadas pelo Acordo Ortográfico de 1990, tais como
a extinção do trema, retiradas dos acentos nas palavras paroxítonas
terminadas em o duplo e em quase todas as palavras homógrafas, etc.
Nossa ONG, contando com a participação da maioria dos
integrantes do primeiro grupo de 1981, foi fundada, oficialmente, no dia 14
de fevereiro de 2006, em reunião pública realizada no Salão Helvécio de
Barros da Secretaria Municipal de Cultura de Bauru, Estado de São Paulo,
tendo como finalidade a efetuação de estudos para a simplificação das regras
do idioma português.
Nessa nova etapa de atividades, estabeleceu-se que a primeira proposta
oficial deveria ser a simplificação do alfabeto, priorizando-se os ditames
fonéticos e sistemáticos, e questionando-se os valores etimológicos,
relegando-os a um nível secundário.
Assim, é com satisfação que oferecemos a todos os
estudiosos, aos professores, à Academia Brasileira de Letras, ao Ministério
da Educação, ao Congresso Nacional e às autoridades dos demais países
lusófonos o trabalho supracitado, objetivando, um dia, ver nossa sugestão
aceita e implantada para a facilitação do aprendizado a milhões de pessoas,
que, hoje, são analfabetas por culpa de um código ortográfico por demais complexo
e antiquado. Aprovada pelo pleno de nossa ONG a simplificação alfabetaria,
outras teses são também estudadas. Estas vão inseridas na segunda parte deste
trabalho.
Os interessados em trazer sua opinião crítica construtiva poderão fazê-lo pelo e-mail: jose.perea@uol.com.br.
José Perea
Martins – Presidente
BAURU - SÃO
PAULO -
BRASIL
O Novo Alfabeto da língua Portuguesa
Forma atual
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Nossa
proposta
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a A (
á )
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a A
(á)
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b B ( bê
)
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b B ( bê)
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c C ( cê
)
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c C (cá)
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d D (dê)
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d D (dê)
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e E
(é)
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e E
(é)
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f F (efe)
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f F (fê)
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g G ( gê
ou guê)
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g G (guê)
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h H (agá)
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h H (agá)
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i I (i)
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i I ( i )
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j J (jota)
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j J ( jê )
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k K (cá )
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k K ( cá )
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l L ( ele )
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l L ( lê ) – Polivalente
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m M ( eme
)
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m M (mê )
– Polivalente
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n N ( ene
)
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n N ( nê
) – Polivalente
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o O
(ó )
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o O (
ó )
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p P ( pê
)
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p P ( pê
)
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q Q ( quê )
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q Q (quê )
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r R ( erre )
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r R ( rê
) – Polivalente
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s S ( esse )
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s S ( esse ) – Polivalente
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t T ( tê
)
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t T ( tê
)
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u U ( u )
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u U ( u )
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v V ( vê )
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v V ( vê )
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w W ( dáblio
)
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w W ( dáblio
)
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x X (xis)
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x X ( cs
)
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y Y ( ípsolon )
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y Y ( ípsolom )
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z Z ( zê
)
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z Z ( zê
)
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Observações:
1) Além dessas
letras, são usados também os dígrafos: rr
(erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).
2) Conforme
propomos, os dígrafos supracitados terão os seguintes valores fonéticos: rr (rê duplo), ss (esse duplo), ch (chê), lh (liê),
nh (nhê), gu (guê) e qu
(quê).
3) Os dígrafos “sc”, ”sç”, e “xc”, como não
representam fonemas, deverão ser extintos.
Comentários
EXPLICATIVOS, PROPOSTAS
CORRELATAS E COMENTÁRIOS
1. A letra “c” será usada sempre
com o som de “k” (oclusiva velar surda), quando formar sílaba com as vogais
“a”, “o” e “u”: coitado, cauda, custo, acordo, etc. Antes de “i” e “e”, será
empregado, como já o é, o dígrafo “qu”: aquilo,
aquele. No valor de “cê” e “ç” (fricativa alveolar
surda) será sempre empregado o “s” ou o “ss” (veja explicativo número 12). Excepcionalmente,
usar-se-á a letra “c” na formação do dígrafo “ch”
(fricativa palatal surda), com o valor fonético de origem. A letra Ç
(cedilhado) será extinta, permanecendo tão somente nos nomes próprios ou em
marcas registradas anteriormente.
2. A letra “f” passará a ser
denominada de “fê”, como é pronunciada em suas
formações de sílabas: feito, fizeste, foi,
cafeicultura, confiscar, fatia, fizemos, afastar, etc.
3. A letra “g” será denominada tão
somente de “guê” (oclusiva velar sonora), como já é
nos empregos antes de “a”, “o” e “u”: agora, garra, degustar. Antes de “e” e
“i”, para se manter a tradição, será usado o dígrafo “gu”:
guitarra, guerra, aguerrido, etc.
4. A letra “h”, que não é
propriamente uma consoante, mas um símbolo, não deverá mais ser
empregada, a não ser na formação dos dígrafos “nh”,
“lh” e “ch” (amanhã,
trabalho, achado): homem = omem, humildade = umildade, harpa = arpa, etc.
Note como certas palavras, anteriormente escritas com “h”, hoje não possuem
mais essa letra: eixo, êxito, ombro, ontem úmido, espanhol, erva.
5. A letra “j” chamar-se-á “jê”
(palatal fricativa sonora) e será empregada em todas as palavras onde já está
consagrada: jatobá, jibóia, acarajé, berinjela, cafajeste, cerejeira, jibóia,
pajé, sarjeta, lojista, canjica, etc. Passará também a ser usada sempre, no
lugar de “g”, antes de “e” e “i”: coragem = corajem,
eleger = elejer, fugir = fujir,
álgebra = aljebra, faringe = farinje,
sugerir = sujerir, tigela = tijela,
girafa = jirafa, megera = mejera,
etc.
6. As letras “k”, “w” e “’y”, agora
integradas ao alfabeto português, serão usadas em casos especiais, mormente
em palavras estrangeiras e abreviaturas: km, watts, Nova York, etc.
7. A letra “l” (ele) passará a
ter a pronúncia de “lê”. É uma letra polivalente, sendo empregada
no início de palavras (lindo), no início de sílabas (enlevar), no interior de
sílabas (clava), no final de sílabas (culto) e no final de palavras
(pontal).
8. A letra “m”, polivalente, terá
sua denominação alterada de “eme”
para “mê”. É empregada no início de palavras
(menor), no início de sílabas (remo), no final de sílabas, antes de “p” e “b”
(amparo, embora) e no final de palavras (concorrem, cursaram).
9. A letra “n”, polivalente, é
usada no início de palavras (navio), no início de sílabas (anedota), no final
de sílabas (tanto), na formação do dígrafo “nh”
(conheço). Nos finais de palavras, perderá seu emprego para a letra “m”
(pólen = polem), etc.
10. A letra “q” será usada somente
na formação do dígrafo “qu”, quando precedida de
“e” e “i” (aquele, quilombo, quiosque, quero), etc.
11. A letra “r”, hoje chamada
“erre”, passará a ser denominada de “rê”. É
polivalente Por isso, empregada na formação de diversos fonemas. No
início de palavras, com o som forte (rindo, roupa), no início de sílabas
(Arábia, Araribá, carimbo), no interior de sílabas
(cru, crase), no final de sílabas (acordo, cargo), no final de palavras
(acordar, marcar, preferir). Tem também o som forte, quando dobrada (carro,
corrida) e também depois de consoantes (bilro, honra).
12. É a letra “s” a mais polivalente
das letras do alfabeto. É empregada no início de palavras (sistema, sendo),
no início de sílabas (contensão, ensejo) e nos finais de sílabas e palavras
(sistema, costura, poste, lápis, prédios,
através). Nas formações de sílabas, ocupará, sozinha ou dobrada, sempre
os lugares do “c” e do “ç” (cidra = sidra, dança = dansa,
intenção = intensão, acesso = assesso,
cócegas = cóssegas, cansaço = cansasso).
O “s” duplo (ss) será usado sempre entre duas
vogais. Os dígrafos “sc” e
“sç” (ascender, desça, florescer, recrudescer,
renascer, ascender, nascença, etc), que já tendem a
desaparecer, não mais existirão (ascender = assender,
desça = dessa, florescer = floresser, etc). A letra “s” não mais será empregada com o som
de “z”, sendo substituída por esta letra todas
as vezes que for pronunciado esse som (basílica = bazílica,
gasolina = gazolina, revesar
= revezar, despesa = despeza, surpresa = surpreza, tesoura = tezoura,
vaso = vazo, besouro = bezouro, empresa = empreza, etc).
13. Nos finais de palavras,
contudo, ao invés de “z”, só se usará a letra “s” (acidez = acidês, polidez = polidês,
surdez = surdês, escassez = escassês,
estupidez = estupidês, arroz = arrôs,
cartaz = cartás, surdez = surdês ). Já são escritas com a letra “s” final: camponês,
marquês, japonês, francês, descortês, rês, gás, cós, jus, pôs, pus, quis, etc.
14. A letra “x” (xis) sofrerá
profundas alterações no tocante à sua fonética. Passará a ter o nome de “cs” e só será usada, quando assim pronunciada (anexo,
oxigênio, sexo, perplexo, fluxo, amplexo, fixar, maxilar, nexo, reflexo,
sexagenário, tóxico, etc.) Nos demais casos, será substituída pelas grafias
que se pronunciam:
A)
som
de “ch”: xerife = cherife,
faixa = faicha, lixa = licha,
ameixa = ameicha, caxumba = cachumba,
coxo = cocho, enxada = enchada, laxante = lachante, xarope = charope,
xícara = chícara, xará = chará,
enfaixar = enfaichar, etc.;
B)
som
de “z”: exame = ezame, êxodo = êzodo,
exato = ezato, execução = ezecução,
exilar = ezilar, exagero = ezagero,
exonerar = ezonerar, exotérico = ezotérico, etc.;
C)
som
de “ss”: próximo = próssimo,
máximo = mássimo, auxílio = aussílio,
sintaxe = sintasse, etc;
som de “s”: texto = testo, expectativa = espectativa, extensão = estensão,
explicar = esplicar, extremo = estremo, expoente = espoente, experiente = esperiente,
etc.;
D) Estando já para entrar em
desuso, o dígrafo “xc” desaparecerá, quando for empregado sem valor fonético: excitar = ecitar = essitar, exceto = eceto = esseto, excessivo = ecessivo = essessivo,
exceder = eceder = esseder,
etc.
15.
A
letra “z” será usada sempre que for pronunciada (casa = caza,
blusa = bluza, duquesa, duqueza, gasômetro = gazômetro,
pêsames = pêzames, visar = vizar,
blusão = bluzão). Nos finais de palavras, como já
comentamos, será substituída por “s” (acidez=acidês,
embriaguez=embriaguês, altivez = altivês, feroz = ferós, eficaz = eficás, giz = gis, matriz = matris, nariz = naris, raiz = raís, surdez = surdês, veloz = velós, juiz = juís, nudez = nudês, capuz = capus, faz = fás).
Observações:
1)
Deixamos de considerar o som de GZ nalgumas
palavras formadas pelo prefixo grego (hexacampeão) por seu inexpressivo valor
numérico.
2)
Por tradição, deverá a letra X ser usada com o
som de XIS, quando se referir a incógnitas, quantidades indeterminadas, etc.
(exemplo: Isso é o x da questão).
3)
Estabelecendo
a predominância fonética e a sistematização, como se nota, relegamos o valor
da etimologia. Nenhuma simplificação ou modernização linguística poderá haver se não forem retirados os
entraves etimológicos.
Acentuação
SIMPLIFICAÇÃO DAS
REGRAS DE ACENTUAÇÃO
Embora, dentro das normas gramaticais da língua portuguesa, as regras de
acentuação sejam perfeitas, por terem sido elaboradas e normalizadas
sistematicamente, os membros da ONG ALFABETO SEM AMARRAS decidiram propor que
também fossem simplificadas, extrapolando também para outros itens das
notações léxicas, como a crase, o apóstrofo e a cedilha.
Assim propomos:
A CRASE
- Não ser mais usado o
acento grave para indicar a contração da preposição “a” com o artigo “a”
(à, às) e com os pronomes demonstrativos “a”, “aquele” (s), aquela (s),
aquilo, aqueloutra (s), aqueloutro
(s).(= àquele (s), àquela (s), àquilo, àqueloutra (s), àqueloutro
(s). Entendemos que o próprio sentido da frase explica a
desnecessidade do uso da crase. No exemplo: “Contarei tudo a
mamãe”. Com ou sem o uso da crase, o sentido é o mesmo.
O uso da crase, porém, poderia ser usado nos casos em que
haja necessidade de se estabelecer a clareza, como nos seguintes exemplos:
”Cheirar a gasolina, ou cheirar à gasolina”; “chegar a
noite ou chegar à noite”.
O APÓSTROFO
É proposta também a supressão do apóstrofo. Exemplos: c’roa = croa = coroa, ‘tá bem = tá bem = está bem, esp’rança = esprança =
esperança.
O uso e os costumes fazem regra, indubitavelmente. No
antanho, ao se escrever “de onde”, era escrito sem o e da preposição e,em seu lugar,
colocava-se o apóstrofo e assim em outras inúmeras palavras. Modernamente não
se usa mais o apóstrofo. Se perdeu sua finalidade
histórica, por que não extingui-lo de vez. É o que propomos.
ACENTOS DIFERENCIAIS NA REFORMA DE 1971
Nessa reforma foram abolidos o
acento grave da sílaba subtônica(só = sòmente), o acento circunflexo da sílaba subtônica
(cômoda=cômodamente).
Embora essa reforma tenha abolido o
acento circunflexo como diferencial nos homógrafos de tônica fechada (almôço), deixou, especificamente, uma exceção na
acentuação da palavra “pôde” (3a pessoa do singular do pretérito perfeito do
indicativo) para diferenciar da palavra “pode” (3a pessoa do singular do
presente do indicativo). Todavia, por interpretação à lei, outros acentos
diferenciais continuaram a ser usados: pólo (substantivo), pára (verbo), pêlo
(cabelo), pélo (verbo), péla (verbo), pólos
(substantivo), pêra (substantivo), péra
(substantivo), pôr (verbo), quê (substantivo e no fim de frase) e porquê (substantivo).
O Novo Acordo Ortográfico,
suprimindo a maioria dos acentos supracitados, manteve obrigatoriamente
a colocação de acento circunflexo tão somente nas palavras: “porquê”, “quê”(quando substantivos ou em final de frase),
“pôr”(verbo), “pôde” (verbo no pretérito), têm e vêm, nas forma do plural da
3ª.pessoa, obrigatoriamente. Só não entendemos a retirada do
acento agudo na forma verbal ”para”.
A apresentação desta disposição legal serve mais para indicar nossa
considerando sobre o seu valor
positivo.
Outras Alterações
DENTRE OUTRAS, ENCONTRAM-SE EM ESTUDOS, NAS
COMISSÕES DE NOSSA ONG, OS SEGUINTES TEMAS PARA ALTERAÇÕES:
UNIFORMIZAÇÃO DAS TERMINAÇÕES VERBAIS
Pelas
regras vigentes, atualmente, empregam-se a terminação “e”:
A) nas formas verbais dos verbos regulares
que terminam em “ir”, na segunda e terceira pessoa do presente do indicativo
e modo imperativo e negativo afirmativo:
Acudir -
acodes – acode
Fugir – foges –
foge
B) nas formas verbais dos verbos terminados
em “uar” e “oar”, no
presente subjuntivo e modo imperfeito:
Cultuar – cultues – cultue – cultue
Perdoar – perdoes – perdoe – perdoe
Caçoar – caçoe – caçoes – caçoe
Atuar – atue – atues - atue
É empregada a
letra “i” nas formas verbais dos verbos em “uir”,
“air” e “oer”, na segunda
e na terceira pessoa do singular do presente do indicativo e na segunda e
terceira pessoa do modo imperativo afirmativo e negativo:
Contribuir - contribuis - contribui
Cair – cais - cai
Doer - dói
Observação: o verbo “doer”, sendo defectivo, não possui a segunda pessoa do
presente do indicativo.
Nossa sugestão
(ou proposta) é que as terminações todas acima referidas sejam uniformizadas,
passando a ser usada tão somente a terminação “e”. Assim: aflues,
aflue, acodes, acode, cultues, cultue, perdoes,
perdoe, caçoe, caçoes, atue, atues, caes, cae, doe,
etc.
USO DO PRONOME DO CASO RETO COMO OBJETO DIRETO
O pronome, como
sabemos, é a palavra que substitui o nome, indicando a pessoa
gramatical em que se encontra, evitando, assim, sua repetição na
oração. Ao invés de dizermos: “Antônio trabalha somente quando é
Antônio visto pelo patrão, o qual já surpreendeu Antônio sem trabalhar”, dizemos:
“Antônio trabalha somente quando (ele) é visto pelo patrão, o qual já o
surpreendeu sem trabalhar”
É regra geral
que os pronomes do caso reto – eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles e elas – só
funcionam como sujeito da oração. Como objeto direto só podem ser
usados os pronomes pessoais oblíquos átonos: o, a, os, as (ex. – Eu o
vi; Ele a quer, Ela trazia-o). Também nas operações com os verbos
terminados em “r”, “s” e “z”, quando são substituídos por: lo, la,
los, las ( aplaudir
+ o = aplaudi-lo; quis + o = qui-lo;
fez + as = fê-las)
Nossa ONG
propõe o uso também, oficialmente, sem detrimento da forma usual, dos
pronomes do caso reto também como objeto direto como já o é na
linguagem coloquial:
Eu encontrei ele
trabalhando à noite.
Maria viu ele
carregando as mercadorias roubadas.
Não consigo ver
ele nesta escuridão.
Quanto ao
prisioneiro, traga ele aqui.
Há muito tempo
que não vejo ela.
ABOLIÇÃO DOS PRONOMES DA 2ª. PESSOA
Nossa proposta é
para que sejam abolidos ou colocados em desuso, para futura extinção, se for
o caso, os pronomes pessoais retos TU e VÓS e os pronomes pessoais oblíquos
não reflexivos átonos e tônicos: TE, TI, CONTIGO e VOS, VÓS, CONVOSCO.
Em seus lugares, como já se tornaram comuns, são
colocados os pronomes de tratamento que valem por verdadeiros pronomes
pessoais, como: VOCÊ, O SENHOR, VOSSA SENHORIA, A SENHORA, VOSSA EXCELÊNCIA,
etc.
Antes de
prosseguirmos, necessário se torna explicar que os pronomes de tratamento
também podem figurar na terceira pessoa (pessoa de quem se fala). Em
lugar de VOSSA, colocaríamos SUA.
Em quase todo o
território nacional, exceto no extremo sul, a forma pronominal TU já foi substituída
por VOCÊ, o SENHOR, a SENHORA. E sem que seja denominado de corruptela, mas
sim “forma coloquial”, a palavra “seu” em lugar de
SENHOR.
As formas
oblíquas também, por consequência, seriam colocadas
em desuso: TE, TI, CONTIGO, VOS e CONVOSCO, além dos pronomes adjetivos
possessivos: TEU, VOSSO, TUA, VOSSA e plurais correspondentes.
Com as alterações
propostas, teríamos as seguintes pessoas dos verbos e suas flexões (singular
e plural):
Primeira pessoa:
EU estudo gramática;
Segunda pessoa:
VOCÊ ( o senhor, etc.) estuda geografia;
Terceira pessoa:
ELE estuda ciências;
Primeira pessoa:
NÓS estudamos biologia;
Segunda pessoa:
VOCÊS (os senhores, etc.) estudam mecatrônica;
Terceira pessoa:
ELES estudam literatura.
Observação: Colocar em desuso não quer significar proibir o uso, não só dos
pronomes dos casos retos como oblíquos, mas sim, priorizar o uso dos pronomes
de tratamento nas segundas pessoas.
Vamos ilustrar
abaixo, com um trecho de Guimarães Rosa (A hora e
vez de Augusto Matraca), o uso comum de você, na segunda pessoa:
“Que é?!...Você
tem perna de manuel-fonseca, uma fina e outra seca! E está que é só osso,
peixe cozido sem tempero...Capim pra mim, com uma assombração dessas!...
Vá-se embora, frango-d’água!”
ELIMINAÇÃO DO EMPREGO DO “M” ANTES DO “P” e
“B”
Os vocábulos com
som nasal antes do P e do B são escritos com a consoante M (amplo,
ambulatório). No português arcaico, não era uniforme a colocação do M
antes do B e do P. Elas vieram por via erudita, tornando-se regra. Temos
alguns exemplos na formação das palavras por composição, quando as palavras
perdem sua integridade para a formação duma outra: “em + boa + hora =
embora”. No caso presente, não resta dúvida que a colocação do M antes do B é
totalmente justificada.
Naturalmente, a determinação da colocação do M antes do P e B foi
estabelecida pelos tabeliães do tempo do antanho, embora, como falamos,
não tenha uniformidade. O que pode comprovar é que a nasalidade é expressa
por M e também por N (ambos, campos, contudo, enquanto, nuvenzinha). Tanto
faz o emprego de M ou de N, a nasalidade é a mesma. Por que não simplificar e
acabar de vez com mais uma regra?
Passaríamos então,
para indicar a nasalidade no interior do vocábulo, a usar somente a consoante
N:
Anbos,
canpo, tanbém, conbinar, anpliação, contenplação, etc.
Com esse avanço,
estaríamos usando a simplificação idiomática já usada inúmeras vezes.
Caso o
leitor manusear livros antigos, verificará,
nos textos arcaicos, que não havia a regularidade etimológica.
Destacamos:
Viimte
– gramde – coinbra
– nouenbro – corronper – homrra – comde.
SIMPLIFICAÇÃO DO USO O HÍFEN
O “hífen” é um sinal
diacrítico. É usado para ligar os elementos de palavras compostas
(couve-flor, ex-diretor, pré-escolar), para unir pronomes átonos aos verbos
(ofereceram-me), para separar as sílabas (a-ca-ba-men-to)
e, no final da linha, separar uma palavra em duas partes (encomen-da).
As regras que
determinam o uso do hífen continuam a confundir . Esperava-se
que, com o Acordo Ortográfico de 1990, assinado pelos sete países lusófonos,
as regras se tornariam claras, mas o que podemos constatar é que continuam
complexas a ponto de confundir. Veja o leitor alguns exemplos firmados no
Acordo: “pré-escolar”, “reencarnação” ,
“bem-falante”, “benfazejo”, “cor de café”, “cor-de-rosa”,
Nossa proposta é que
haja quatro ou cinco regras tão somente. Por exemplo, seria colocado
o hífen em todas as palavras compostas por justaposição cujos elementos
constituam uma unidade própria, ou que se combinem, e nas formações verbais
sintagmáticas e semânticas. Exemplos: primeiro-ministro, ano-luz,
guarda-chuva, conta-gotas, segunda-feira, tenente-coronel, porta-chapéus,
“pediu-me”. Propomos que, nas formações com prefixos ou falsos
prefixos, não se colocaria mais o hífen em nenhum caso. Exemplos: extraescolar, aeroespacial, antiaéreo, coordenar, autoescola, antealérgico,
Corroborando com nossa
tese, eis alguns exemplos oficiais disciplinados pelo Novo Acordo
Ortográfico: coobrigação, coordenar, malnascido,
benfazejo, reencarnação, antiarte, antiasmático,
antibacteriano, autoescola, prejulgar, autocorretivo, pseudofobia, semipronto
/ tio-avô, porta-frasco, segunda-feira, porto-riquenho, boi-bumbá,
conta-gotas, cação-martelo, guarda-pó, lesa-pátria.
O SÍMBOLO “H”
Conforme é
explicado nas instruções para a organização do Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa, aprovadas pela Academia Brasileira de Letras, na sessão de
12 de agosto de 1943 (tornadas obrigatórias pela Lei Federal nº 2.623, de 21
de outubro de 1955), com as alterações introduzidas pela Lei nº 5.765, de 18
de dezembro de 1971, e mantidas pelo novo Acordo Ortográfico, a letra “ h” não é propriamente consoante, mas sim um símbolo que,
em razão da etimologia e da tradição escrita do nosso idioma,
conserva-se no princípio e final de diversas palavras: haver, hélice,
hidrogênio, hóstia, humildade; hã, ah!, hem?,
puh!, etc.
Também há que se
considerar:
Atualmente, no interior do vocábulo, só
se emprega o “h” em três casos: quando faz parte do “ch”,
do “lh” e do “nh”, que
representam fonemas palatais.
Nossa proposta é
no sentido de que não se empregue mais o símbolo ”h”, a não ser na composição
dos digramas “ch” e “nh”:
chegou, chá, venha, amanhece, etc.
Nos dígrafos
supracitados não está faltando o “lh”? ,Esta interrogação já deve ter passado pela mente do
leitor. Acontece que pretendemos desfazê-lo! Naturalmente
em nossa proposta.
Impulsionam-nos a
sugerir o desfazimento do dígrafo “lh” as palavras
do professor Cândido de Oliveira, em seu livro “Revisão Gramatical” – 7ª
edição – página 21: “A linguagem culta é adquirida, e dentro de
conceitos sociológicos e psicológicos. Na concepção moderna, a função
da Gramática é sistematizar o comportamento da língua literária
atual. A Gramática não é depósito de regras imutáveis, antes ela está
vigilante e atenta, a marchar paralelamente com o objeto de sua observação –
a língua, que é ser vivo, de desenvolvimento fatal”.
A língua falada no
Brasil é diferente da falada em Portugal. Lá se pronunciam as palavras muito
rapidamente, aqui são elas articuladas com vagar. Lá se usam cotidianamente
as figuras históricas de supressão de letras e mesmo sílaba, denominadas de
aférese, síncope e apócope.
Em Portugal, é
cabível o uso do “lh”. No Brasil, o “h” dá lugar ao
“i” átono. Faça você, leitor, uma experiência: pronuncie a palavra
“malho” devagar, sem a vogal “i”. Conseguiu? Achamos que não. Tente
pronunciar as palavras: “alho” e “folha”. Repare na pronúncia de “galha”
(excrescência produzida por insetos nos vegetais) e de “Gália” (cidade
paulista). Parece-nos (não somos videntes) que o leitor começa a nos dar razão...
Então vamos
prosseguir. Nossa proposta é para que se desfaça o dígrafo LH,
retirando-se dele o H e, em seu lugar, colocar o “i” átono, que
naturalmente vai formar com a vogal seguinte um “ditongo oral crescente”.
Assim teríamos: galhada = galiada; galhardo =
galiardo; filho = filio;
milho = mílio, etc.
Nossas razões
não se apegam tão somente na caracterização do falar brasileiro, menos rápido
do que o português europeu, mas também nas origens das palavras cujas grafias
já eram grafadas com li ou Le: Mulher=muliere;
filho=filium; folha=folia; conselho=consilium, etc.
Obs.: No
explicativo inicial, referente ao alfabeto, mantivemos os três dígrafos com o
H, que é para lembrar nossa proposta inicial, agora, com estudos mais
completos dos membros da ONG Alfabeto Sem Amarras, ficou resolvida esta nova
proposta.
ELIMINAÇÃO DOS DÍGRAFOS “SC” ,
“SÇ” E “XC”
O dígrafo
SC, SÇ e XC , considerados falsos dígrafos, desapareceriam,
permanecendo, contudo, o “c” ou “ç”, segundo a reforma que propomos.
Exemplos de palavras com ortografia atual:
Adolescência,
aquiescer, ascender, consciência, cônscio, convalescer, crescer, descender,
descer, desça, discente, discernir, disciplina, fascículo, fascinar, fascínio,
florescer, imprescindível, incandescente, nascer, néscio, prescindir,
rescindir, rescisão, excitar, exceto, excessivo,
etc.
Como nos explicam os
professores Celso Cunha e Luís F. Lindley Cintra em sua Nova Gramática
do Português Contemporâneo, 2ª. Edição- página 53, as combinações de letras “sc”, “sç”
e “xc”, situadas entre letras-vogais, podem representar, no português normal
do Brasil e no de algumas regiões de Portugal, o mesmo som que se transcreve
também por “c” ou “ç”: florescer (comparar a amanhecer), desça (comparar a
pareça), excede (comparar a preceder).
O leitor não
deve se confundir com o emprego do “s” no final das sílabas, que não
formam dígrafo: asco, escravo, prescrito, posto, prestação, costa,
casta, prescrever, questão, pescar, espero, justo, inscrição, etc.
AFLORAMENTO DO “i” EUFÔNICO
Conforme já
expusemos no desfazimento do dígrafo “lh”, haveria
o afloramento gráfico do “i” eufônico: gralha = grália,
etc. Também nos demais casos em que seja ele simplesmente pronunciado, é
nossa proposta que seja colocado graficamente. Exemplos:
Absolver .........abisolver
- abster ..........abister
Hipnose
..........hipinose
- psiquiatria.......pisiquiatria
Etnografia.......etinografia
- oftalmologia..ofitalmologia
Tecnologia
.....tequinologia -
substantivo.subistantivo
Eis algumas palavras em que aparecem oficialmente algumas
vogais eufônicas: cafeicultura, (café+i+cultura), gasoduto (gás+o+duto).
Embora tão somente de passagem, eis o
que o Prof. Celso Ferreira da Cunha nos ensino em sua Gramática da
Língua Portuguesa – 5a. edição – pág. 60: “Na
linguagem coloquial brasileira há, porém, uma acentuada tendência a destruir
esses encontros (digno, ritmo,apto) de difícil pronúncia pela intercalação da
vogal “i” (ou “e”): díguino, peneu,
rítimo.
Não raro, temos de admitir a
existência desta “vogal epentética”, embora não
escrita, para que versos de poetas nossos conservem a regularidade. Por
exemplo, no segundo destes setissílabos de
Gonçalves Dias: ”Deixa-me ouvir teus cantores, admirar teus verdores”.
A palavra admirar deve ser emitida
em quatro sílabas (a-di-mi-rar) para que o verso
mantenha aquela medida.
Cronologia de
Propostas e Reformas
A necessidade de alterações em nosso idioma sempre foi ressaltada. Não é de
agora. Vejamos uma listagem de propostas e reformas havidas até hoje no
Idioma Português:
Em 1139,
Dom Afonso Henriques, decretada a separação de Portugal do reinado de Castela
e León, manda separar o Português do idioma galaico-português.
Em 1520, O
Governo Português manda publicar uma coletânea de trechos literários,
compreendendo resumos do “Amandis”, da “Portugualiae Monumenta
Histórica” e “Cancioneiros da Ajuda”,estabelecendo algumas normas
ortográficas.
Em 1540, João de Barros
publicou “Diálogo em Louvor de Nossa Linguagem” e “As Regras” escritos por
Pero de Magalhães de Gandavo.
Em 1572, Luís de
Camões publicou seu livro denominado “Os Lusíadas”, estabelecendo um novo
padrão de nobreza idiomática. É composto esse livro de 8.816 versos agrupados
em 10 cantos com 8 decassílabos cada.
Em 1576, Duarte Nunes
de Leão publicou a sua “Orthographia da Lingoa Portuguesa”, criticando o uso de letras dobradas.
Em 1633, Álvaro
Ferreira de Vera publicou a “Ortografia ou a Arte de Escrever Certo na Lingua Portuguesa”.
Em 1734, João de
Moraes Madureyra Feijó publicou a “Arte de Escrever
e Pronunciar com Acerto a Língua Portuguesa”.
Em 1746, Luiz António Verney publicou o “Verdadeiro Método de Estudar”.
Em 1880, José Jorge
Paranhos da Silva propôs o “Sistema de Ortografia Brasileiro, comparado com o
de Portugal”, no qual já criticava as grafias duplas, os dígrafos, propondo a
sistematização da representação vocálica.
Em 1885, Aniceto dos
Reis Gonçalves Viana e Guilherme de Vasconcelos Abreu apresentaram o “Sistema
de Ortografia Cientificamente Sistematizada”.
Em 1887, João
Ribeiro publicou a Grammatica Analytica,
rompendo com as idéias dos antigos gramáticos portugueses. Direcionava
ele no sentido de se acompanhar a evolução, a transformação da
linguagem contemporânea.
Em 1904, Gonçalves
Viana publicou a sua “Ortografia Nacional”, propondo a simplificação
ortográfica pela qual extinguia os dígrafos th, ph
e ch (este quando soava como k), rh e y, além das consoantes dobradas tt,
ll, nn, etc.
Em 1907, a Academia
Brasileira de Letras começou e discutir a simplificação da ortografia,
aprovando-a em diversas reuniões alternadas, sendo concluídas em fevereiro de
1912.
Em 1911, o Governo
Português, com base na proposta da comissão criada em 1910, estabeleceu a
primeira reforma oficial do Idioma Português. Esta reforma, porém, só ficou
concretizada em 29 de novembro de 1920 com a assinatura de nova portaria
(número 2.553).
Em 1912, a Academia
Brasileira de Letras fez publicar a sua primeira reforma oficial,
aproveitando os trabalhos desenvolvidos desde 1907 (esta reforma é publicada
na íntegra, assim como o Sistema Ortográfico da Língua Portuguesa de
1943, a reforma de 1971 e o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de
1990, no livro “Reformas e Acordos Ortográficos da Língua
Portuguesa”, Editora Joarte (de Bauru) de
autoria de José Perea Martins),
Em 1915, a Academia Brasileira
de Letras resolveu harmonizar a ortografia com a portuguesa, acolhendo o
projeto de Silva Ramos, que adaptou a reforma brasileira aos padrões da
reforma portuguesa de 1911.
Em 1919, curiosamente,
a ABL revoga a resolução de 1915, voltando tudo a ser como antes.
Em 1921, João Ribeiro
lançou seu livro “ A Língua Nacional”, de cunho nacionalista,
contrariando o estatuto lusitano do idioma português.
Em 1922, Mário de
Andrade publicou sua “Gramatiquinha”.
Em 1929, a Academia
Brasileira de Letras lança um novo sistema gráfico.
Em 1931, precisamente
no dia 19 de março, a Academia de Ciências de Lisboa aprovou as bases do novo
sistema ortográfico proposto pela Academia Brasileira de Letras. Em 30.04, o
Brasil e Portugal assinam o primeiro Acordo Ortográfico.
Em 1932, o Brasil
ratificou o acordo de 1931.
Em 1938, o Governo
Brasileiro fez publicar o Decreto-lei nº. 292
ratificando novamente o referido acordo.
Em 1943, a Academia Brasileira
de Letras, na sessão de 13 de agosto, aprovou o novo Sistema Ortográfico da
Língua Portuguesa.
Em 1959, o Governo
Brasileiro publica a nova Nomenclatura Gramatical Brasileira.
Em 1971, o Governo
Brasileiro publica uma nova reforma ortográfica pela qual restringe a
colocação de acentos em palavras homônimas homógrafas e o acento grave em
palavras derivadas.
Em 1986, no Rio de Janeiro, os países lusófonos aprovam nova
reforma ortográfica que, ao final, não é colocada em vigor.
Em 1990, os países lusófonos aprovam a última reforma ortográfica.
Em 29 de setembro de
2008, o Presidente da República promulgou o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa aprovado em 16 de dezembro de 1990, por todos os países lusófonos.
No mesmo decreto, estabeleceu-se que a implementação
do Acordo obedecerá ao período de transição de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2012, durante o qual coexistirá a norma ortográfica atualmente em vigor e a
nova norma estabelecida.
Não Estamos Sós
Felizmente,
pensando como nós sobre as necessárias simplificações ortográficas, existem
muitos professores, filólogos e gramáticos conceituados. Vamos, a
seguir, transcrever, em destaques, alguns comentários dessas
autoridades:
“A bem da simplificação ortográfica, o “h” deveria ser eliminado de
todas as palavras em que não forma dígrafo”
Domingos Paschoal Cegalla
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa
3ª. edição - Página
44.
----------------
“Sucede também que o sistema gráfico de uma língua deixa a desejar, pois as
línguas literárias, do ponto de vista ortográfico, preocupam-se mais com a
etimologia e a tradição escrita. Uma escrita fonológica ideal seria
aquela em que cada fonema fosse representado por uma única letra.
Compreendemos logo a
utilidade da linguística se atentarmos para as
grandes tarefas que temos pela frente no terreno da linguagem, o que só
faremos se tivermos uma sólida base teórica. Cumpre-nos rever nosso sistema
ortográfico e torná-lo mais racional, mais simples e de mais fácil
apreensão.
A língua escrita
tem também sua importância na psicologia da linguagem. Se ensinamos as
crianças a ler e a escrever, temos que reconhecer os direitos da língua
escrita mesmo sabendo de suas oposições à falada, pois é natural o esforço
para reduzir a distância entre as duas, embora se saiba ser impossível uma
equivalência perfeita”.
Francisco da Silva Borba
Introdução
aos Estudos Lingüísticos
3ª. Edição – pág. 10 e 197
-------------
“Passadas em revista as mais famosas gramáticas do
Brasil, chegamos à conclusão de que o peso terrivelmente asfixiante da rotina
continua a abafar o ensino do idioma. Como trepadeiras envolventes e
daninhas, continuam as antigas regras, puramente artificiais, ou já sem
aplicações aos nossos dias e enredar-se em torno do velho roble Português,
impedindo-o de frontear à larga, a desenvolta. O que era artificial nos
séculos XVI e XVII, agravado pela inconsciência da repetição e da
memorização, continua a dominar ainda agora, muito embora o vejamos em
absoluto desacordo com os fatos do idioma que falamos”
Francisco da Silva Borba
Gramática Normativa da Língua Portuguesa
4ª. Edição – pág. 7
------------
“Sem dúvida,
para os brasileiros de hoje o sistema ortográfico de 1943 representa uma
reforma muito tímida. Uma simplificação mais audaciosa haveria de
ir muito além, eliminando outros signos inúteis, como o h inicial, o s dos
dígrafos sc, sç e o x do dígrafo xc, etc., e restringindo o mais possível
o emprego do hífen e dos acentos gráficos.
É
sumamente desejável um código ortográfico mais fácil e mais adequado à
comunicação
moderna”
Domingos Paschoal Cegalla
Novíssima Gramática da Língua Portuguesa
Cia Editora Nacional,Rio de Janeiro,
29ª. edição, pág. 31
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“Se o nosso sistema ortográfico fosse sistematizado (retiradas as
incongruências todas), o aluno, para se alfabetizar, despenderia menos da
metade do tempo que é gasto hoje e não erraria nunca. Do jeito que está, o
aluno alfabetizado continuará a errar sempre.”
Senador Cristovam Buarque
Audiência Pública realizada no Senado Federal, em 04.11.2009.
A Origem do Idioma Português
Como sabemos, o idioma português
é oriundo do latim vulgar, todavia, outras línguas anteriores e posteriores
contribuíram para a sua formação. Assim temos:
1 – Período pré-histórico, que é caracterizado pelas ocupações, antes
dos romanos, da Península Ibérica, pelos celtas, fenícios,
hebreus, assírios, semitas, etc.
2 – Período proto-histórico, quando os romanos ocuparam a região
e impuseram o latim vulgar falado pelos soldados e comerciantes. Foi, nesse
período (218 a
C. a 409 d.C), que começaram a surgir os dialetos e diferenciações regionais,
que culminariam com o surgimento do espanhol, catalão, galego, leonês, mirandês, alentejano,
beirão, provençal e o português. Com as invasões (séculos IV ao IX) dos
germânicos, visigodos e árabes, não só as supracitadas línguas foram
mantidas, em sua essência, como enriquecidas.
O idioma português começou a vigorar, quando D.Afonso
Henriques, em 1139, na batalha de Ourique,
derrubou a soberania de Castela e, em consequência,
decretou a independência de Portugal e fez separar a unidade linguística galego-português.
3 – Período histórico, que se estende do início do reinado de D. Afonso
Henrique até os dias de hoje, subdividindo-se nas fases arcaica e moderna. A
arcaica vai até o ano de 1500. Foi, na fase moderna, que a língua portuguesa
passou a ter a sistematização das regras gramaticais, a sua
codificação. Ela se estabeleceu com força etimológica de início, depois,
houve um período fonético em que se estabeleceu a afirmação dos sons
das palavras, mormente as escritas pelos escribas. Como havia muitos sons
novos que não existiam no latim e para os quais não se desenvolvera uma
tradição representativa, foram obrigados a adaptar velhas grafias ou inventar
novas, como nos explica o Prof. Edwin B. Willians (Do Latim ao
Português, 3a. edição, pág. 33). Frequentes vezes representavam a mesma grafia com
diferentes sons. Assim, as confusões que ainda hoje nos deparamos: G com som
de J; S com o som de Z; X com o som de CH; SS, S, Z, CS; S com o
som de Ç; C com o som de K; dígrafos ( SC, SÇ, XC )
cujos esses não são pronunciados.
Já tivemos, neste período moderno, diversas reformas no idioma. As principais
foram: em 1911, 1912, 1915 (nova ortografia), em 1943 (Novo Sistema
Ortográfico da Língua Portuguesa) , em 1959
(Nomenclatura Gramatical Brasileira), em 1971 (abolição do acento circunflexo
diferencial na letra “e” e “o”...), em 1990 (acordo ortográfico dos países
lusófonos).
Finalizando este breve histórico, uma pergunta: Por que não acabarmos com as
confusões estabelecidas? Até quando...?
Conclusões
O emaranhado de regras
eruditas, as instituições de tópicos eminentemente elitistas, os
preciosismos, os ditames etimológicos, sempre serviram para dificultar o
aprendizado do idioma português, em nosso país.
Esses obstáculos
serviram e ainda servem para a separação das classes intelectualizadas e
privilegiadas, compostas pela minoria da população, das outras constituídas
pelos analfabetos plenos, analfabetos funcionais e pelos incultos, os quais,
somados, representam a maioria do povo brasileiro.
Soluções devem ser
encontradas para se diminuir e mesmo evitar essa imensa diferenciação. E os
caminhos mais seguros, indiscutivelmente, são a sistematização e a
simplificação do alfabeto do idioma português. O saber ler e escrever
estendido e facilitado a todos pode se tornar numa nova carta de
alforria moderna e justa.
O aprendizado das
letras a todos os brasileiros é o que propomos, primeiramente.
Posteriormente, outras alterações morfológicas deverão advir
naturalmente, além das sintáticas, para um melhor aprendizado.
A sua
adesão, prezado leitor, será de muita valia para atingirmos esses objetivos
que poderão acelerar o desenvolvimento do Brasil e colocá-lo entre os países
mais progressistas e modernos do planeta. O idioma português não é
propriedade dos portugueses, nem os brasileiros são apenas usuários por
concessão. Urge que, acompanhando o progresso verificado em todas as áreas,
seja também o idioma português modernizado.
Todos nós.
Membros
ASSINAM ESTAS PROPOSTAS:
Afonso
Henrique Kronenberger, Aikô Matsumoto Yoshimura, Amélia Terrassi,Ana Luíza
Machado Ribeiro, Beatriz Sasso Trevisan Perea Martins,. Catharina Morad, Carlos Armando de Oliveira Machado, Cleber Picirili, Edna Martins, Ercília
Machado P. Martins, Elza Rodrigues, Profa. Íris Campante Patrício Tônus, Gabriel Sasso
Perea Martins,Joaquim
Elísio Mendes, Dr. João Eduardo
Machado Perea Martins, Joaquim Simões Filho, José Perea
Martins, Lauro Martins, Lauro Martins
Júnior, Lucas Di Giovanni Martins, Mauro Campesi, Moacyr Penna, Nássara Aparecida
Hadad, Nelly Forastieri
Penna, Neuza Menezes Martins, Nílson Avante, Odete
Figueira Lima, Ovídio Rodrigues, Rodolpho Pereira
Lima, Rosa Cristina Sasso Perea
Martins, Rosemary Lopes de Moura, Sérgio Úngaro,
Thereza Cardoso Felício Rocha, Thiago
Di Giovanni P. Martins, Tomiko Matsumoto.
Contatos
Para sugestões, entrevistas e
palestras:
Fone/fax: (14) 3236-2856
E-mail: jose.perea@uol.com.br
Site: www.alfabetosemamarras.org
Esta publicação pode ser reproduzida total ou parcialmente, sem
autorização prévia, todavia, solicita-se a divulgação da fonte
originária.
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português. Conheça todas as suas funções morfológicas e sintáticas, acessando
o site
www.joseperea.com.br
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